Com 40 minutos de atraso e um discurso pragmático, o Secretário de Segurança do Estado, Coronel Francisco Bezerra, disse em entrevista coletiva que, apesar do rigor, a Polícia agiu dentro da legalidade no conflito com os manifestantes, durante o protesto do movimento "+ Pão, - Circo. Copa pra quem?", ocorrido nas áreas próximas ao Estádio Castelão, que recebia o jogo entre Brasil e México, pela Copa das Confederações. Secretário de Segurança diz que polícia agiu dentro da legalidade. Foto: Wilson Medeiros De acordo com o Secretário, era preciso agir para garantir a integridade dos torcedores que foram assistir ao jogo "Nós tentamos preservar a integridade física dos manifestantes, mas também tínhamos de preservar o desejo de 70 mil pessoas que não queriam protestar, mas sim prestigiar o jogo da Seleção", afirmou. O número de policiais feridos, segundo o gestor, foi superior a 50. "Alguns precisaram de alguns cuidados mais especiais, como suturar algum corte, mas todos já estão bem", informou. Bezerra também disse não ter tomado conhecimento de ninguém ferido gravemente do lado dos manifestantes. Ainda de acordo com o secretário, 4 pessoas foram detidas, sendo 3 homens e uma mulher. Os detidos tiveram que lavrar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e, em seguida, foram liberados. Com relação ao suposto uso de arma de fogo por parte dos policiais, Francisco Bezerra foi enfático em negar. "De maneira alguma utilizamos armamento de fogo. Só utilizaríamos este tipo de expediente caso nós tivéssemos sido agredidos por armas de fogo", explicou. Com relação às denúncias de alguns excessos por parte da polícia, o Coronel disse que os casos que tenham sido registrados em imagens serão investigados. "Temos todo um sistema de monitoramento da ação dos policiais. Analisaremos essas imagens e qualquer excesso será investigado e punido", prometeu. Saída rápida e pergunta não respondida Após cerca de 20 minutos de entrevista, o Secretário Francisco Bezerra saiu apressadamente da sala onde acontecia a entrevista coletiva. Enquanto saía, Bezerra ainda foi indagado se o Ceará, a exemplo do Estado de São Paulo, proibiria o uso de balas de borracha por parte da PM nas manifestações, mas a pergunta acabou não sendo respondida. Superintendente da Polícia Civil diz ter identificado homem suspeito de preparar produtos químicos para confronto De acordo com o superintendente da Polícia Civil, Luis Carlos Dantas, um homem, especialista em manusear produtos químicos, foi identificado durante a manifestação com material suspeito. Segundo o delegado, o manifestante estaria preparando produtos químicos para atirar contra os policiais. "Entre os manifestantes, foi identificado um homem que foi preparado para usar, talvez, algum produto químico. As informações eram de que ele portava uma mochila com luvas e filtros para proteção de gás lacrimogêneo. A polícia especializada em questões relacionadas a distúrbios, indica que estas luvas seriam utilizadas para jogar produtos químicos contra a polícia e também para jogar bombas de gás lacrimogêneo de volta contra os policiais", afirmou.
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