Pular para o conteúdo principal

Morre o cantor e compositor Nazareno Vieira

Não fazia nem 24 horas que o  produtor e empresário potiguar João Santana havia participado da gravação de "Vai Doer", com Simoninha e Luiz Américo em São Paulo, quando soube da morte do cantor e compositor Nazareno Vieira, autor da música recém-registrada. "Estou produzindo o novo disco de Luiz Américo e queria fazer essa homenagem com uma canção de Nazareno, já que são amigos", disse Santana. Nazareno Vieira,  73, perdeu a luta contra um câncer às 16h20 desta terça-feira.


Cantor e violonista Nazareno Vieira seria homenageado em show tributoCantor e violonista Nazareno Vieira seria homenageado em show tributo
A doença foi diagnosticada havia cerca de quatro meses, e ontem o artista apresentou piora em seu estado de saúde quando chegou a ser atendido na UPA do Pajuçara. Nazareno estava com câncer no pulmão e na fase final apresentou metástase no cérebro e na medula. O velório estava marcado para ontem mesmo, à noite, no centro de velório Vila Flor da avenida Xavier da Silveira. "Ainda não definimos onde será o enterro, estamos organizando", disse a filha Ana Cláudia. O cantor deixa a esposa Maria Rosilda Barbosa da Costa Vieira e 13 filhos.

Dono de voz rouca e músicas com letras leves, típicas das noites de seresta, o macauense Nazareno Vieira, filho mais velho de uma família de 20 irmãos, iria ser homenageado por evento organizado pelo produtor cultural e iluminador Castelo Casado, que planejava um show com participação de vários artistas, inclusive uma pauta no Teatro Alberto Maranhão chegou a ser reservada.  

"Naza", como era chamado pelos amigos, teve músicas gravadas por nomes como Elizete Cardoso, Antônio carlos & Jocafi, Wilson Simonal, Noite Ilustrada, Originais do Samba, Emílio Santiago e Luiz Américo, e seu maior sucesso de repercussão nacional foi "Vai doer", lançado em 1974,  em parceria com Pena Branca. "Até hoje recebo um dinheirinho dos direitos autorais dessa música", disse Vieira em entrevista concedida em outubro do ano passado quando comemorou 50 anos de estrada. Começou sua carreira nos anos 1950, como integrante do Trio Potiguar, e naquela mesma década seguiu para Fortaleza onde trabalhou na Rádio Iracema. Depois passou por Recife e morou por três anos no Rio de Janeiro onde chegou a participar de programas de televisão, ates de se estabelecer em São Paulo. 

Na terra da garoa Nazareno foi calouro no programa do Chacrinha, se apresentou no Teatro de Arena no projeto Samba Prontidão e Outras Bossas, gravou com Pena Branca (nada a ver com o Pena Branca da dupla com Xavantinho) e foi backing vocal de Jamelão no último Festival da Record. "Cantei muito na noite em São Paulo até 1988, antes de voltar para Natal", lembrou na ocasião.

Em 2008 lançou o CD "Feliz da vida", com presença do irmão Gilson Vieira, autor de "Casinha Branca", Max de Castro, Wilson Simoninha, e os parceiros do Três no Tom Towar e Neném.

Vai doer

Vai doer
Quando o sol da manhã me acordar / E ao meu lado eu não te encontrar / Pode ser que eu acabe chorando

Vai doer
Eu saber que esta noite se foi / E o acaso que uniu nós dois / Terminou e acabou te levando

Vai doer
Porque tudo que é bom depois dói/ Quando o sonho a maldade destrói / Só saudade, fica machucando
Mesmo assim, foi tão bom seu amor conhecer / E por estes momentos viver / Vou passar minha vida te amando

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Morre sertanejo que fez dupla com Zezé di Camargo na década de 1970

Do G1- O cantor Deoclides José da Silva, 63 anos, conhecido no meio sertanejo goiano como Neilton, foi enterrado no Cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia, na quinta-feira (20). Ele morreu um dia antes, após um ataque cardíaco, no Instituto de Urologia Sírio Libanês, no Setor Aeroporto, em Goiânia. Pouco conhecido pelos mais jovens, Neilton foi o segundo parceiro de Zezé di Camargo, 50 anos, com quem formou a dupla Neilton e Mirosmar - o verdadeiro nome de Zezé é Mirosmar José de Camargo. Eles começaram a parceria depois da morte de Emival, da dupla Camargo e Camarguinho, irmão de Zezé, na década de 1970. Neilton era mineiro de Perdizes, mas vivia em Goiás há cerca de 40 anos. Ele teve quatros filhos, dois quando ainda era solteiro e outros dois quando se casou. Passou os últimos anos em Aparecida de Goiânia com a mulher e as duas filhas mais novas. Quando perguntada sobre a profissão do pai, uma das filhas do sertanejo, a advogada Janaine Borges da Cruz, 28 anos, é taxativ...

Morre o escritor Rubem Alves

 Às 11h50 deste sábado (19), o escritor Rubem Alves, 80 anos, morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Antes disso, ainda nesta manhã, um boletim médico divulgado já dava conta da piora do quadro do pensador por conta de problemas com sua condição circulatória. O velório será realizado às 19h deste sábado na Câmara Municipal de Campinas, interior de São Paulo. Rubem estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Centro Médico de Campinas. O paciente também já apresentava piora progressiva nas funções renal e pulmonar. Ele deu entrada na unidade médica no dia 10 de julho de 2014 com um quadro de insuficiência respiratória devido a uma pneumonia. RUBEM ALVES era mineiro, da cidade de Boa Esperança Rubem Alves nasceu na cidade de Boa Esperança, no interior de Minas Gerais, em 15 de setembro de 1933. Foi um pensador de muitas frentes: psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, tendo escrito livros e ...

Museu de Arte Popular da Paraíba

Campina Grande Online - Uma obra para causar impacto e de beleza arquitetônica incomparável. Única erguida em Campina Grande com a complexidade e as características peculiares de um dos gênios da arquitetura moderna. Construído nas margens do Açude Velho, principal cartão postal de Campina Grande, o mais novo projeto arquitetônico e cultural da Universidade Estadual da Paraíba, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), batizado de Museu dos Três Pandeiros, será inaugurado na próxima quinta-feira (13), às 18h00. O Museu, assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é a última obra do mestre das curvas arquitetônicas finalizada com ele em vida, em todo o mundo. O prédio reflete a visão macro de quem sabia que arquitetura é invenção e ousadia, tem que causar impacto e ter desafio. Orçada em R$ 10,5 milhões, totalmente com recursos próprios, o MAPP é mais um presente da UEPB para Campina Grande. Segundo o arquiteto Luiz Marçal, da equipe de Niemeyer, as diversas toneladas de aço que saír...